Parto Normal Natural - Humanizado - Vbac - Nascimento do Gabriel

Após 4 anos de uma cesárea desnecessária, meu sonho de ter um parto normal continuava, algo ainda me faltava, mas, ainda sem informações, quase me deixei levar por uma ginecologista obstetra que iniciou meu pré natal e me disse na primeira consulta que meu parto seria 100% de chance de uma cesárea. Perguntei: 100% ? Meu Deus, tamanha frustração, ignorância e covardia. Graças a Deus existe o Dr. Google, foi ai que iniciei minha pesquisa e quando constatei que o risco de uma ruptura uterina é de 0,4%, isto é, menor ou igual ao risco de uma segunda cirurgia cesariana, então caí de cabeça no assunto e iniciei a minha LUTA por um parto digno e Normal. O curioso é que se é Normal, porque temos que lutar? Infelizmente o mundo é um comércio e a medicina não está diferente. No setor privado, principalmente, a exceção virou regra, exatamente, a cesárea que foi criada para solução de um parto complicado, tem sido ferramenta de produção em série da obstetrícia e logo, lucratividade. Mas como toda economia existe a lei da oferta e da procura, há mulher que procura e há médico que oferece. O problema é que a maioria dos médicos oferecem. Enfim, minha LUTA foi por incansáveis meses e não foi só no setor privado médico, a maior LUTA foi em casa e com a sociedade. Perdi as contas de quantas vezes, pessoas cercadas de mitos e poucas informações me disseram que meu segundo filho também seria cesárea, de que era louca de querer sofrer, que era negligente, masoquista, blá, blá, blá...Quando eu mais precisava de apoio, mais eu tinha que omitir meus planos e sonhos. “Nunca pensei que parir como índio fosse tão difícil” A LUTA não foi fácil, mas decidir entregar os desejos do meu coração nas mãos do meu Deus, o único que poderia e pode realiza los e então descansei. E Deus na sua infinita perfeição, cronometrou tudo, Gabriel esperou 2 horas até eu concluir meu plano de parto e ligar para o obstetra que acompanharia meu parto com intuito de garantir que fosse humanizado. Para quem tem dúvida do que é parto humanizado, não é banheira, chuveiro, bola, etc.. é um parto onde você é respeitada pela equipe médica, respeito a fisiologia do corpo da mulher que é capaz de parir sem intervenções, isto é, desfrutar daquilo que Deus criou, o milagre do nascimento de um ser naturalmente.
Quando minha bolsa estourou, estávamos prontos, preparados para o tão famoso trabalho de parto, que acredite, é trabalhoso, assim como uma série de exercícios que muitas pessoas fazem para ter um corpo em forma, e há quem faz por prazer. Oresultado? Ver ser corpo trabalhando e a capacidade do mesmo. Estava com 37 semanas completas, mas o Gabriel estava pronto para o nascimento, escrito por Deus. Fui para o hospital após 12 horas de bolsa rota, sem dor e muita tranquilidade, eu sabia que podia demorar, sabia que tudo estava no controle de Deus e dos médicos, mas ainda sim recebia palavras desanimadoras, do tipo, porque ainda não foi para o hospital, desista, vai para cesárea, não espere mais.. aff
Estava tudo lindo, uma suíte com todos os recursos só para mim, comida, frutam, bebida, movimentos e expressões, à vontade. Minha irmã, minha Doula ao meu lado, meu marido também ao meu lado, só que pelo whats app rsrsr. Experiência difícil, de aprendizagem e compensadora. Foram 31 horas de bolsa rota, sendo 18 horas de trabalho de parto ativo e 4 horas de expulsivo, muita exaustão e também satisfação.As 16:09 do dia 25/02 recebi meu filho nos braços, o 1º contato, o 1º olhar, o 1º abraço foi somente nosso, mãe e filho, ligados por um cordão. Cadê a dor? Qual dor? Com tamanha emoção não se sente mais nada além de gratidão, amor e realização. Enfim, PARI. Pari não só um ser, mas meus medos, incertezas, descobertas, preconceitos, tudo, principalmente a capacidade e a certeza de que sou forte, de que nasci para parir. Por que foi demorado? Porque foi natural, sem soro, sem anestesia, porque foi meu primeiro parto. Por que eu queria tanto um parto Normal? Para viver a experiência, para o Gabriel poder escolher a hora de vir ao mundo, para ter uma recuperação mais rápida e poder amamentar sem sentir muita dor, para poder pegar meu filho no colo logo, para poder cortar o cordão umbilical, para eu entender o poder transformador do parto, o renascimento materno, para entrar em contato com algo primitivo feminino, para conhecer a dor que Deus determinou a Eva pelo pecado, para vencer essa dor, para descobrir o meu corpo, os meus limites, para experimentar, para ter uma lembrança diferente da primeira, para meu corte da cesárea não abrir de novo, para poder dizer que EU CONSEGUI, para ser lindo como foi. As razões são tantas e muitas ainda estão aqui dentro um pouco indecifráveis, mas também, por que importa? Era um sonho..me preparei para ele, me conectei com meu corpo, com meu filho, com mais um milagre de Deus.Se eu passaria por tudo novamente? SIM, com muito mais prazer, experiência, força, garra, confiança, com mais naturalidade. assista https://youtu.be/fxT64s7MIAw